Alacero Summit 2024: a indústria do aço analisou a atualidade e perspectivas de um setor chave para a região

O principal evento da indústria do aço de toda a América Latina recebeu, nos dias 29 e 30 de outubro, no Hilton Hotel Buenos Aires, CEOs, diretores corporativos, autoridades governamentais e de organismos internacionais, que discutiram os desafios do setor diante de mais de 700 participantes.

Sob o tema “Mercados e Geopolítica no Aço”, o renomado economista Ricardo Amorim abordou o desafio da competitividade para a América Latina frente à ameaça da China, com foco especial no Brasil. Andrés Malamud, pesquisador principal do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, apresentou o panorama socioeconômico, enquanto a economista norte-americana Shannon K. O’Neil aprofundou a tendência de regionalização das cadeias de suprimento globais. No final do primeiro dia, Paolo Rocca, CEO do Grupo Techint, realizou uma conferência magistral.

No painel sobre “Competitividade da cadeia de valor da América Latina”, Rafael Lucchesi, presidente do Conselho de Administração do BNDES, analisou os caminhos que o Brasil está tomando em direção à reindustrialização como aposta no desenvolvimento econômico e social. Da mesma forma, no painel “Regionalização e nearshoring”, o economista mexicano Gerardo Esquivel e Máximo Vedoya discutiram a experiência industrial mexicana e os fatores que levaram ao seu sucesso.

Compreendendo a importância de construir cadeias de valor integradas e cada vez mais competitivas, Vagner Loyola da Vale e Rafael Chang da Toyota compartilharam sua visão sobre as expectativas e desafios comuns. Para concluir e complementar a análise sobre as perspectivas e desafios da indústria do aço regional, Jefferson de Paula, da ArcelorMittal, Gustavo Werneck, da Gerdau, e Máximo Vedoya, da Ternium, encerraram o dia com o painel de CEOs.

Como novidade deste ano, foi realizado pela primeira vez o Fórum de Descarbonização, que apresentou os desafios tecnológicos e ambientais para a indústria do futuro. Nesse bloco de “Sustentabilidade”, palestrantes internacionais discutiram sobre o caminho, os avanços e os desafios para a indústria latino-americana rumo a um aço de baixas emissões de CO?.

A indústria do aço na América Latina mobiliza 1,4 milhão de empregos diretos e indiretos e é fundamental em diversos setores econômicos estratégicos, como a construção, a indústria automotiva e a fabricação de maquinários e eletrodomésticos. No entanto, enfrenta uma ameaça com o crescente aumento das importações de aço da China, que não seguem as regras de mercado. No último ano, essas importações atingiram um recorde histórico, próximo a 10 milhões de toneladas, o que representa um crescimento de 45% e cria uma situação crítica para a indústria local.

A reconfiguração das cadeias de valor e a tendência para a regionalização abrem novas possibilidades para a América Latina, que produz aço com uma das menores pegadas de carbono do mundo e possui uma cadeia de valor metalomecânica competitiva e integrada.

Veja como foi o evento, pressionando play na imagem abaixo.